Todo oito de março é isso: parabéns, flores, bombons...E só!
A data é para reflexão, é fato! Gerações mais recentes, até por desconhecimento da história, pensam que toda essa "liberdade", o acesso aos estudos e trabalho, são coisas que sempre estiveram aí, à disposição das que quisessem; muitas nem percebem que não são tão livres assim, que seu trabalho, por mais "gabaritado" que seja, tem cotação inferior. Só porque a Presidência da República e alguns ministérios estão sendo "comandados" por mulheres, não quer dizer que estamos "podendo".
Que me perdoem as/os bem intencionadas/os, mas dispenso os "parabéns"; não tenho qualquer mérito no fato de ter nascido mulher, isso foi pura sorte, o que quero é o respeito pela mulher que me tornei, ainda que, para muitos, não corresponda ao padrão, e por isso me orgulho muito.
Não me sinto santa, ou divinizada, só porque tive filhos, isso foi a natureza, e o encontro, que me deram. Sinto-me bem quando penso nos filhos que tenho, que vieram sem bula, e são todos pessoas de bem; lógico que, como deu certo, tenho que compartilhar esse mérito com muita gente, se tivesse dado errado, a culpa seria toda, e exclusivamente, minha.
Gosto de me pensar como sou, que também não tenho bula, com todas as minhas dúvidas e tentativas de acerto fracassadas, mas com alguns sucessos e ainda com muitas expectativas, planos e esperanças.
Estou eu aqui, no dia de hoje, muito bem com as minhas reflexões, sem ter a pretensão, ou necessidade, de me autodefinir. Arte e Mulher não se explicam, uma porque não precisa, a outra porque não quer...Pra quê? Basta ser!
Ser mulher, bebê, não é uma questão de gênero.