terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

PINTANDO MODA 70's



Está sendo muito gratificante reunir artistas de alto gabarito e seriamente comprometidos com suas carreiras nesta exposição que relembrará a importancia da moda dos anos 70 no Brasil e que nos possibilitou hoje assistirmos ascensões de grandes marcas estilistas e modelos brasileiros.Reuni minhas duas grandes paixões a arte e a moda..........Eu e equipe estamos super empenhados para que seja bem recebida pelo público e pela imprensa,pois cada exposição nos consome dias e dias de trabalho, adequaçoes,logistica e muito mas muito mesmo amor....
O Milagre brasileiro acontecido na década de 70, desencadeou uma atividade econômica acelerada e um mercado de consumo excitado que foram fundamentais, segundo Edgard Luiz de Barros, para a efervescência das representações da moda no Brasil dos anos 70.
No início desse período, vemos o ufanismo alimentado pela vitória na Copa do Mundo, o “Brasil ame-o ou deixe-o”, o consumismo e a euforia que não demoraram a entrar em choque com a censura e perseguições políticas.
1- Vitória na Copa do Mundo, o “Brasil ame-o ou deixe-o”
2- A Rede Globo se consolida
3 – Marília Valls criadora da grife Blu-Blu, ícone dos anos 70 em Ipanema
Nesta década, a Rede Globo se consolida. Quarenta por cento das casas já tinha televisão fazendo com que o Brasil se tornasse um dos mais dinâmicos mercados de TV do terceiro mundo.
Na moda começa a profissionalização. As Butiques se firmaram e criam suas próprias confecções.Nesse momento começa a criação de roupas nacionais:
“(…) confecções de luxo: aqui começa, propriamente dita, a criação de roupas nacionais, o estilismo. Destaque para o Grupo Moda-Rio, no início dos anos 70, o primeiro núcleo organizado de estilistas – sem uma unidade estética, é verdade – reunindo esforços para conquistar espaço para a sua produção dentro do mercado nacional. O público alvo era uma classe média de maior poder aquisitivo, aproveitando a ascensão propiciada pelo chamado ‘milagre econômico’. É o momento de fundação do prêt-à-porter nacional.” ( Joffily, 1991, p. 56).
Nesse processo de legítimas criações nacionais está a tanga, nascida em 1974, em Ipanema, logo exportada para outros países.
Em 1972 a Rhodia promoveu o “Brasilian Nature”, onde os mais famosos pintores do país estamparam tecidos para serem figurinizados por costureiros igualmente conhecidos.
Zuzu Angel, estilista mineira, que segundo Joffily, foi precursora, em retratar o instinto de nacionalidade em suas criações e também, a primeira criadora de roupas brasileiras a vender sua produção em Nova York. Na época, criou uma coleção inspirada em temática nacional – com Baianas, Lampiões e Marias Bonitas. Suas criações eram marcadas com motivos de anjos e situadas em um meio-termo entre a alta-costura e o prêt-à-porter.
Zuzu Angel costumava dizer que sua moda era para mulheres que em nada lembravam as magérrimas manequins. Ela teve seu filho desaparecido, vítima da ditadura militar, jogando toda sua força na denuncia e busca do cadáver do filho, fazendo o primeiro desfile-denúncia da história da moda, realizado em Nova York, apresentando tanques, pássaros aprisionados, anjos mutilados, caveiras e manchas de sangue bordadas sob vestidos de gaze verde-amarela, deixando assim sua mensagem de cunho artístico e político. Em 1976, um atentado terrorista forjado de acidente de carro matou a estilista.
Luís de Freitas, no Rio, passou a ser a referência na moda masculina brasileira ao lançar propostas inovadoras e inusitadas, com sua marca Mr. Wonderful, alcançando também reconhecimento internacional. ( Braga, 2003)
Paradoxalmente, os anos 70 foram sinônimos de crescimento e internacionalização da economia, desta forma deixou de ser interessante falar de “moda autenticamente brasileira” como estratégia de venda das grandes produtoras de matéria-prima. Assim, empresas como a Rhodia optaram por reconhecer essa abertura na cadeia têxtil e tentam sutilmente reduzir a dispersão através da pedagogia do estilismo industrial :
“(…) convidando a francesa Marie Rucki a visitar periodicamente o Brasil e a ensinar montagem de carnês de tendências, estimulando a ‘criatividade’ do estilista brasileiro na ‘conciliação’ entre a moda brasileira e as tendências emanadas de Paris”......................

É esse o tema desta exposição que terá seu lançamento em São Paulo capital..........

Tenho que citar aqui que além das telas e esculturas teremos uma instalaão assinada pelo talentoso A. Estanagel do interior de SP,e, uma enorme bandeira ricamente bordada pelo Elton Souza do interior de Minas......Gabriela Nunes na direção de arte.........

                                                                                       Angela de Oliveira

Um comentário:

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