Exposição
PINTURAS DA SERIE ECOAMBIENCIA”
Ao longo de uma notável
carreira de pintor e promotor cultural, desenvolvida na cidade de Campinas/SP, Dimas
Garcia escolheu um vocabulário que permaneceu de uma simplicidade austera,
desde o início de sua atividade artística.
As formas são o quadrado e o triângulo, com
algumas variantes como o losango e o trapézio; as cores são utilizadas em
combinações binárias, aqui também as variações são poucas, duas ou três
tonalidades com seus respectivos camaïeus - as nuances de uma mesma cor.
“Eu só tenho o cotidiano e meu sentimento dele. Não sei de alguém que
tenha mais.” (Adélia Prado) Simples e
verdadeiro como as moradas de Dimas
Garcia.
A simplicidade revela que todo é
cada um. É casa e presença. E tão
necessária e vital essa verdade que nossa primeira morada é nosso corpo que
precisa de espaço em que possa estar seguro. Sim, porque como somos
atravessados por afetos, humores, lembranças, palavras... eis a atmosfera das
cores que passam, mudam, levadas pelo tempo – esse grande passante - andarilho que deixa suas marcas e matéria
para nos compormos e abrigarmos no que permanecemos.
Casa/corpo. Casa/abrigo. Casa/território... É um estar no mundo sendo um
mundo também – espaço de criação e abertura ao dar sentido ao cotidiano.
Absorvendo, sobrevivendo, fazendo parte do mundo e, por isso, sendo habitado.
“Cá estamos”, parece o sussurro
vindo das telas. Nós também, habitados por tantos nômades que vão dando sabor e
sentido ao nosso cotidiano... Nós, morada que somos.
EniIlis